PADIS Digital Healthcare I - AESE Business School - Formação de Executivos

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Transformação Digital na Saúde em Portugal

20/04/2021

A AESE Business School organizou, em parceria com a Pfizer Portugal, uma sessão de apresentação e debate das conclusões preliminares do projeto PADIS Digital Healthcare. A sessão decorreu no dia 21 de Abril no auditório da AESE com transmissão online.


O PADIS Digital Healthcare tem o objetivo de analisar necessidades e soluções digitais ao longo da cadeia de valor de prestação de cuidados de saúde e da indústria farmacêutica. Durante o ano de 2020, foram realizadas duas reuniões de focus group com 17 pessoas de 14 instituições diferentes entre centros hospitalares públicos, hospitais privados, empresas de consultoria e de tecnologia do setor da saúde, assim como associações de estudantes de medicina e farmácia.


O Professor José Fonseca Pires, da AESE Business School, começou por desafiar os participantes a que a transformação digital seja uma oportunidade para um incremento de atenção humanizadora para com os doentes e os seus familiares, uma oportunidade para um cuidado mais especificamente humano, nas várias fases da interação dos doentes com o sistema de saúde, assim como uma oportunidade para o fortalecimento das condições de trabalho e de desenvolvimento dos profissionais de saúde, que lhes permita depois cuidar dos doentes com uma atitude mais humana e personalizada.


O Dr. Paulo Teixeira, da Pfizer Portugal realçou a importância da transformação digital para o setor da saúde e, por esse motivo a relevância deste projeto para a Pfizer e para o setor da saúde em Portugal.


O Professor Rui Mesquita, da AESE Business School apresentou depois as principais conclusões do projeto. Começou por enumerar as principais necessidades e soluções identificadas ao longo da cadeia de valor da prestação de cuidados de saúde: (1) consolidar e integrar de informação clínica dos utentes, (2) utilizar a tecnologia para libertar os clínicos de burocracias de forma a que possam dedicar mais tempo de qualidade aos doentes, (3) desenvolver soluções de Business intelligence e inteligência artificial que permitam assistir os profissionais de saúde e fazer análises preditivas para a prevenção da doença, (4) evitar deslocações desnecessárias dos utentes ao hospital, (5) analisar os processos e sistemas atuais de forma a melhorar a experiência dos utilizadores, (6) implementar ferramentas de adesão e de conciliação a terapêutica e (7) desenvolver a literacia do cidadão de como navegar o sistema de saúde e prestar autocuidados.


Relativamente à cadeia de valor da indústria farmacêutica foram identificadas as seguintes necessidades e soluções digitais: (1) notificação de efeitos terapêuticos e reações adversas em tempo real, (2) estratégia nacional para a investigação clínica, (3) antecipar a procura de medicamentos e evitar roturas de stock, (4) necessidade de monitorização efetiva da adesão à terapêutica e (5) avaliação de custo-efetividade do medicamento.


Segundo o Dr. Luis Goes Pinheiro, Presidente da SPMS, se conseguirmos cruzar a informação de prescrição, exames complementares de diagnóstico, assim como os registos clínicos, conseguiremos inclusive aportar valor para a investigação clínica. No âmbito da transformação digital no setor da saúde, a SPMS vai seguir duas vias: (1) criação de mais e melhores serviços e (2) recomposição dos serviços existentes, uma vez que alguns poderiam ter uma utilidade extrema e não são utilizados por falta de conhecimento ou dificuldade de acesso por parte do cidadão.


O Dr. Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos referiu que Portugal é um dos países mais avançados do mundo no que diz respeito à prescrição médica eletrónica, embora existam grandes desafios ao nível dos equipamentos. A oportunidade será evitar burocracias e aumentar o tempo de qualidade que o médico tem para o seu doente. É ainda necessário disponibilizar o acesso a plataformas de informação a profissionais de saúde e ao público em geral, de forma a aumentar a literacia em saúde.


Para o Dr. Rui Santos Ivo, Presidente do INFARMED, existe uma grande oportunidade de ligação da entidade reguladora ao sistema de forma biunívoca, onde se inclui a recolha de informação necessária às suas atividades e decisões. A digitalização traz ainda a oportunidade de conectar todos os intervenientes e ir de encontro aos desafios da disponibilidade de medicamentos e monitorização da cadeia de valor do medicamento.


A Profª Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, referiu a importância de adicionar um eixo de desenvolvimento da digitalização ao nível das escolas de ciências da saúde, para que os profissionais se desenvolvam, desde o início, num ambiente digitalizado. Referiu ainda a oportunidade da digitalização, através do aumento de eficiência na prestação de cuidados de saúde, promover as relações e os afetos entre os profissionais de saúde e as pessoas que estes assistem.


Para a Dra. Tamara Milagre, Presidente da EVITA, a transformação digital poderá ajudar o cidadão a aumentar a sua literacia e capacidade de gerir a sua saúde e a sua doença. Referiu ainda que as plataformas digitais são cada vez mais relevantes na divulgação de informação sobre ensaios clínicos e no recrutamento. Adicionalmente, apelou à inclusão e representantes dos doentes nos projetos de investigação.


O Dr. Duarte Santos, Membro da Direção da ANF, referiu que a tecnologia poderá atuar em três dimensões de facilitação: (1) no acesso aos cuidados de saúde, (2) na prestação e (3) no relacionamento e partilha estruturada de informação entre os diferentes profissionais para um melhor acompanhamento dos casos.


O Dr. Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, referiu que para além da tecnologia e dos dados, existe depois um passo a dar no sentido de as políticas públicas de saúde serem baseadas em evidência e nos dados que a tecnologia fornece. No que concerne à contratualização de cuidados de saúde, partilhou práticas de outros países como a Alemanha que introduziu a prescrição de aplicações digitais e o caso da Holanda que introduziu programas de financiamento para novos modelos de prestação de cuidados, dando espaço para as organizações colaborarem e inovarem. Segundo o Dr. Alexandre Lourenço, a tecnologia vai ajudar-nos a reestruturar e humanizar os cuidados de saúde. A grande questão é a que velocidade o vamos conseguir fazer. Espera que num futuro próximo se consiga prestar cuidados fora dos hospitais, mais próximos das pessoas, mais ligados aos cuidados de saúde primários, mais ligados às farmácias e mais ligados os municípios.

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