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O Nobel de Economia vai para…

8/10/2018, Lisboa

William Nordhaus e Paul Romer vencem o Prémio Nobel da Economia em 2018. Os economistas norte-americanos devotaram o seu trabalho à procura da melhor forma de garantir um crescimento económico sustentável.
Segundo o Economista Luís Cabral, Professor da Stern School of Business (NYU) e da AESE Business School, “o que os dois premiados têm em comum é o trabalho sobre o crescimento económico, um enfocando a relação com o ambiente (Nordhaus), outro a relação com o conhecimento e inovação (Romer).

Em jeito de ‘stream of consciousness’, aqui vão algumas notas complementares:

1. Gurus. O prémio Nobel da Economia (creio que o mesmo seja verdade relativamente a outros prémios) não acrescenta muito ao reconhecimento ‘interno’ dos vencedores dentro do seu meio. O que faz é tornar o trabalho de ‘especialistas’ em fenómeno mediático de massas. Baseado na experiência de outros vencedores, prevejo que os candidatos passem a ser mais ‘gurus’ e menos académicos do que foram no passado. Nordhaus, em particular, será ainda mais utilizado como ‘cartão de apresentação’ na luta contra o aquecimento global.

2. Previsão e previsão condicional. Há quem diga que Deus criou os meteorologistas para que os economistas não ficassem tão mal (em comparação). Falando a sério: as pessoas tendem a dar demasiada importância à previsão incondicional como determinante do valor de uma ciência. Temos enorme dificuldade em prever o tempo na próxima semana ou o clima na próxima década. No entanto, isto não significa que o estudo do clima não seja uma ciência e que os resultados desse estudo não tenham valor. Mais do que a previsão incondicional (e.g., qual será a temperatura do planeta em 2022) o que importa é a previsão condicional: qual será o aumento adicional de temperatura média se não reduzirmos as emissões de CO2 — e que custos é que isso implicará. Nesse sentido, o trabalho de Nordhaus e muitos outros cientistas tem sido da maior importância.

3. Mulheres. Em 81 Nobel da Economia, 80 homens e uma mulher (e, para ser franco, Elinor Ostrom foi uma escolha pouco esperada em 2009 — e não muito justificada.) Alguns ficaram desiludidos por o comité do Nobel da Economia não ter aproveitado a onda do #MeToo e tomado a sua posição. A minha posição a este respeito é que a investigação estatística dos últimos têm mostrado de forma convincente que existem mecanismos de discriminação contra as mulheres no mundo académico da Economia. Algo se tem feito a este respeito, menos do que deveria ser feito. No entanto, ‘forçar’ a mudança com a criação de ‘quotas’ no prémio Nobel seria um grande erro. Nos próximos anos veremos mais mulheres ganhar o prémio (Esther Duflo, Susan Athey, entre outras, estão bem posicionadas). Entretanto, fico grato com a posição do comité em não ‘forçar’ as coisas com um gesto ‘político’ que seria mais próprio do prémio da Paz do que do prémio da Economia.

4. Stern. Romer é o quarto premiado (em Economia) associado com a Stern School of Business da NYU (junta-se a Spence, Engel, Sargent). Poucas escolas de negócios têm estes números, o que obviamente nos torna muito felizes.”

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