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Mente sã em corpo são: a responsabilidade da transformação
11/12/2025

“Porque é que a mente é tão importante?” Foi com esta questão que Minnie Freudenthal, médica de formação, deu início à sessão do Alumni Learning Program da AESE, realizada a 11 de dezembro de 2025.
A oradora destacou a complexidade da mente humana, sublinhando as suas múltiplas funções: permitir a experiência subjetiva da realidade, a consciência, a autorregulação e a capacidade de dirigir a atenção de forma intencional, traduzindo-a em ação (agency). Contudo, alertou: “não basta tratar apenas da mente”.
Faculdade(s) que se exercita(m)
Segundo Minnie Freudenthal, encarar a realidade com objetividade, abertura e gentileza na observação exige uma mente treinada. Esse exercício confere acesso ao que designa como “superpoderes”: uma capacidade mais desenvolvida de mapear e integrar o mundo, nomeadamente em situações de dor (sem dissociação), bem como uma orientação mais eficaz no enquadramento de espaço e tempo, através da gestão e inibição da impulsividade.
O preço do desequilíbrio
Não cuidar da mente compromete o bem-estar e a produtividade, sendo o equilíbrio um fator determinante. O convite lançado pela conferencista passa pela identificação de padrões que podem, potencialmente, evoluir para a doença. Entre a herança genética, os hábitos, os contextos e os imprevistos, defende que existe sempre margem de atuação com “responsabilidade”. Perante um desequilíbrio, o ser humano tem “a extraordinária oportunidade de expandir a sua consciência sobre o sistema”, aumentando a capacidade de lidar com o ambiente. Afinal, “saúde” é a habilidade que “temos de enfrentar os desafios”. Os problemas não desaparecem, mas a forma como lidamos com eles pode — e deve — ser transformada, em função daquilo que desejamos ser no futuro.
Os sistemas caracterizam-se por oscilações entre o caos e a rigidez, levando, frequentemente, a respostas humanas igualmente rígidas, de luta ou fuga. No entanto, é possível responder de forma estratégica à complexidade. A tendência natural para determinados padrões comportamentais ou emocionais — e a sua persistência — é uma forma de “poupar energia ao cérebro”. Para a especialista, “dar um grito” não é, por si só, o problema; torna-se problemático quando se persiste nesse modelo mental. A flexibilidade traduz-se na capacidade de encontrar o caminho mais ajustado e a solução mais saudável, de acordo com o diagnóstico individual.
Cuidar de si
Cuidar da energia pessoal é essencial para viver com qualidade, investindo na recuperação após episódios de stress. Minnie Freudenthal identifica várias fontes de energia a nutrir — física, mental, emocional e espiritual — que podem ser usadas e renovadas através da gestão de limites e da criação de rituais de energia positiva.
“Aprender a respirar é uma das funções mais importantes na regulação rápida do metabolismo”, afirmou. O sono, o movimento, as emoções e a alimentação são pilares fundamentais de ancoragem que não devem ser desvalorizados. No plano emocional, destacou a importância de enfrentar os desafios com autoconfiança, autorregulação e capacidade de relação. Ao nível mental, o discurso interno otimista tem impacto, tal como o foco, o descanso e a gentileza na auto-observação. A dimensão espiritual, defende, é indispensável: sem ela, “desumanizamos”. São os valores que orientam a ação humana de forma conectada, motivada e com propósito.
Em conclusão, o processo transformacional proposto pela oradora na sessão do Alumni Learning Program da AESE assenta numa tomada de consciência informada, na visualização do “eu” futuro e na adoção de práticas de materialização e reflexão, promovendo uma maior capacidade de cuidar da mente e de sustentar o equilíbrio ao longo do tempo.
O diálogo que foi acontecendo ao longo da conferência, alargou-se a um período de perguntas colocadas pelos participantes à convidada, numa partilha de experiências característica na AESE.
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