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A posição oferecida tem que fazer sentido para a própria pessoa
28/10/2025

Mariana Branquinho da Fonseca, Partner da Korn Ferry e uma das especialistas mais reconhecidas em Executive Search, partilhou a sua experiência e visão estratégica desta área. A sessão integrada no ciclo The KingMakers Series, promovido pelos Alumni AESE e pela Upper Side, realizou-se a 28 de outubro de 2025.
Na área do Executive Search consegue-se “construir uma relação com as pessoas muito mais próxima”. “A partir do momento em que estou a desafiar um CEO sobre qual o seu projeto de carreia e o que pretende fazer a seguir” cria-se uma dinâmica “muito mais pessoal do que se quiser vender um plano de modelo de compensação ou um programa de assessment para a equipa. E eu gosto disso.”
Mariana Branquinho da Fonseca, contou que: “gosto particularmente da área de Talento, porque gosto de diversidade, gosto de falar e de estar com as pessoas”. “A partir do momento que se vai ganhando senioridade na função”, a sua responsabilidade passou a centrar-se na “gestão de relação com o cliente”, acompanhando “bastante de perto a entrega dos processos de recrutamento, mas também a “identificação de oportunidades noutras áreas”: “havendo uma oportunidade de haver um modelo de compensação, trago a equipa que conheço e que sabe da matéria”.
Gostar de Pessoas, criar empatia e agir com bom senso
“A posição que estou a oferecer a alguém tem que, em primeira instância, fazer sentido para própria pessoa”. Mariana Branquinho da Fonseca reconhece a natural pressão de fazer o “placement”, porém, a tarefa não acaba nesse dia. Sendo um projeto de médio longo prazo, pede resiliência: “só fico satisfeita se a pessoa que lá coloco, passado dois ou três anos me diz que “foi espetacular”, que “foi na mouche”, “gostei imenso” e “fiz um ótimo trabalho”. Por vezes, é necessário falar com um candidato e numa reflexão feita em conjunto, reconhecer que “esta função não ideal para si” e ponderar no impacto na vida do profissional. Empatia e bom senso são características que a convidada refere como primordiais no exercício do Executive Search.
A evolução do mercado português
A gestão de expectativas e a transparência são imprescindíveis no Executive Search. Em Portugal, nota-se uma mudança significativa nesta área. É preciso ter consciência da necessidade de segmentação do mercado, distinguindo as grandes empresas, das pequenas e médias. Dada a sua experiência, Mariana Branquinho da Fonseca considera difícil que nas grandes empresas “haver um processo de recrutamento de primeira linha de um quadro estratégico, de um C-Level ou de um Board que não envolva uma empresa de recrutamento.
Esse caminho, em parte, fez-se em grande parte por imposição dos reguladores na Banca, por exemplo”, tornando-se imprescindível conhecer-se o processo de identificação dos nomes, tarefa “muito mais robusta”, a fim de minimizar riscos. A realidade e a diversidade do panorama das médias e pequenas empresas em Portugal “é enorme”, sendo muitas delas empresas familiares. O “custo” do valor acrescentado do Executive Search ainda é ponderado, todavia assiste-se a uma mudança paulatina no que toca aos Fundos de Private Equity. Neste caso, um parceiro capaz de “ajudar na escolha” é muito mais apreciado, do que seria “há dez anos atrás”.
O perfil do líder procurado hoje
A Inteligência emocional, de relacionamento na gestão de equipas são competências distintivas no perfil do líder atual. Mariana Branquinho da Fonseca considera um factor “crítico quando se vai contratar. Investe-se muito mais tempo a discutir o líder que se quer nestas componentes mais soft do que nas hard”, desde que se considere “o mínimo olímpico para a Pessoa qualificar.” “A diferença tem muito a ver com as questões comportamentais que fazem com que um candidato possa estar mais adequado ao desafio.”
“Outra questão fundamental, hoje-em-dia, é a da agilidade. O mundo muda e tudo muda muito rapidamente. A inovação é uma constante e, portanto, quem está à frente das empresas tem de ter igualmente essa capacidade.
Este encontro do Alumni Learning Program teve ainda em conta a variável da experiência de internacionalização e o mapeamento de líderes portugueses expatriados, num processo de reingresso no mercado português, e outras questões levantadas pela própria audiência.
The KingMakers Series
The KingMakers Series materializa o compromisso do Agrupamento de Alumni da AESE com o desenvolvimento contínuo dos seus antigos alunos, viabilizando o acesso a conhecimento relevante, atual e diretamente aplicável na vida profissional, com os líderes nas diferentes áreas de especialidade.
O ciclo surgiu no âmbito da comemoração dos 10 anos da Upper Side – Career Management & Advisory e visa propor uma visão estratégica sobre o futuro da liderança, as tendências na gestão de talento e os desafios da progressão de carreira, em contextos tendencialmente mais complexos.
Ao longo de sete sessões, consultoras como Amrop, Korn Ferry, Ackermann International, Boyden, Egon Zehnder, Invesco Transearch e Odgers serão representadas pelos seus principais Partners, trazendo à AESE o conhecimento de quem diariamente avalia e seleciona os líderes que marcam o presente e desenham o futuro das organizações.
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