A transição energética: os riscos e os êxitos no processo - AESE Business School - Formação de Executivos

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A transição energética: os riscos e os êxitos no processo

26/01/2023
O Agrupamento de Alumni da AESE convidou especialistas na área da Energia “para uma reflexão mais profunda e alargada sobre o tema da transição energética”. Manuela Silva, Presidente do Agrupamento e anfitriã do evento, deu as boas-vindas, a 26 de janeiro de 2023, ao keynote speaker João Manso Neto e aos restantes oradores representantes de 3 empresas de referência, desafiados “a dar uma visão de onde estamos e para onde podemos pensar ir neste setor, atendendo ao que tem sido feito, às lições a reter e boas práticas a implementar, em matéria de “sustentabilidade económica e ambiental”. Na sessão, patrocinada pela Capgemini, estiveram presentes mais 200 dirigentes e executivos, antigos alunos da AESE.


As soluções de João Manso Neto para uma transição energética bem-sucedida
“Na Energia – como tudo na vida-, não há preto nem branco.” João Manso Neto, presentemente CEO da Greenvolt – Energias Renováveis, falou sobre a sua vasta experiência sobre “a transição energética, o que se passa e os desafios no futuro.” “Num horizonte que seja gerível”, o orador apresentou de forma pragmática a política energética, desdobrada em 3 objetivos: “sustentabilidade ambiental; não ser cara, ser competitiva, independência e a segurança de abastecimento”. “A nível europeu, este último objetivo foi esquecido, em que beneficiou de preços bastantes simpáticos”. A “um período relativamente agradável” e “com um crescimento expressivo” seguiu-se 2022, com contornos “muito diferentes”: “a Europa percebeu que a independência energética era muito importante”. “A expansão das energias renováveis” tornou-se numa aposta premente por serem “economicamente sustentáveis, um recurso endógeno e a forma mais barata de produzir eletricidade”. Paralelamente, foram tomadas decisões no sentido de “reduzir a dependência e consumo do gás russo e a dependência do gás chinês”, assim como estabelecidas metas para a descarbonização até 2040-2050.


Será o propósito europeu de definir um preço competitivo de energia afetado por estas medidas? João Manso Neto reage afirmando que “riscos existem”, como a falta de crescimento da renováveis, encarecimento do gás e escassez de mão de obra. Contudo, é possível evitá-los. No seu entender, a expansão das renováveis passa por resolver o problema das autorizações e das redes, através da descentralização e desburocratização.


A expansão das renováveis de grande porte pode gerar conflitos estruturais. Para os promotores, os grandes parques podem ser muito vantajosos, em termos de eficiência e de economia de escala. Quando conflituam com valores, tem de haver a responsabilidade de gerir os interesses particulares, com os sociológicos e os ambientais. A mudança de mentalidade face ao modelo de negócio, baseado na capacidade de produção ao invés da necessidade de consumo é, de acordo com Manso Neto, determinante.

“Uma correta transição energética passa por uma apreciação fria do preço do gás.” “A firmeza energética, que pode ser dada às renováveis,” passa sobretudo pelo gás. Logo, o seu preço “é relevante, como backup à intermitência das renováveis”. Temos de dar garantias para que haja investimento no gás” pois, só assim se conseguirá atingir estabilidade”. Para além da regulamentação, João Manso Neto sublinhou ainda a importância da mão-de-obra, escassa não só em Portugal como noutros países europeus.
Na qualidade de líder da Greenvolt, demonstrou o caminho que tem sido feito no sentido de inovar na maneira como se concretizam os referidos princípios subjacentes à transição energética.


As empresas e os seus casos de transição energética
A mesa-redonda com representantes da Appico, Navigator e Revigrés, moderada por Miguel Prado, especialista do Expresso na área da Energia, acrescentou perspetivas diferentes sobre as estratégias de transição energéticas adotadas em cada uma das empresas.


O “tumulto para economia europeia em particular, muito difícil de debelar” que se verificou desde 2020, faz crer a Jorge Fesch que a transição energética corre numa estrada paralela. Foco certo e preserverança são os eixos que têm guiado a estratégia de negócio. A Appico encontrou na EDP um parceiro, “profundo conhecedor desta matéria”, a nível do consumo, do fornecimento de energia e da pegada de carbono.


Nuno Constâncio Rodrigues, da Navigator, explicou o racional da utilização dos eFuels na transição energética, listando alguns dos principais projetos implementado na Europa e detalhando as fases da mudança em curso, tomando por exemplo concreto o P2X Portugal.


“A transição energética é fundamental.” “Transformar o nosso processo num 100 % elétrico tem sido a nossa dificuldade”, reconheceu Jorge Girão, da Revigrés, que apresentou os desafios que a empresas enfrenta a nível de consumo de eletricidade e de gás, e o custo de emissões. O responsável partilhou as ações que estão a ser realizadas n sentido de tornar esta transformação possível, como é o caso da racionalização e otimização do consumo, o investimento solar fotovoltaico e produtivo mais eficiente e, por fim, a incorporação de hidrogénio.


Replicação de boas práticas é o que fará a transição acontecer
“A política, a tecnologia e a sociedade, do ponto de vista de comportamentos vão determinar o rumo e o ritmo a que esta transição se vai processar.” Francisco Vieira, Diretor do Programa AMEG, fechou a ronda de apresentações, contribuindo com a sua leitura sobre os desafios e as oportunidades do setor. “A transição far-se-á com milhões de histórias como as que fora ouvidas nesta sessão. São as empresas, as organizações e a própria sociedade, que com este tipo de relatos, multiplicados, que vão fazer o processo andar para a frente.”


Após as intervenções, foi aberto um espaço de perguntas e respostas colocadas pelos Alumni de Lisboa e do Porto, aos oradores do encontro.

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