AESE insight #88 - AESE Business School - Formação de Executivos

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Portugal alcançou o recorde de 2.000 milhões de euros de exportações de frutas, legumes e flores. Quais são os próximos desafios?

Gonçalo Santos Andrade

Presidente da Portugal Fresh e Diretor do GAIN | Direção de Empresas da Cadeia Agroalimentar

No dia 9 de fevereiro de 2023, a Portugal Fresh anunciou uma meta há muito esperada: Portugal alcançou, pela primeira vez, o patamar dos 2.000 milhões de euros de exportações de Frutas, Legumes e Flores. Os dados de 2022, divulgados pelo INE, configuram um marco histórico e um objetivo para o qual as empresas portuguesas há muito trabalhavam, apesar dos exigentes desafios com que se depararam nos últimos anos.

Este marco histórico para todo o setor é o resultado de mais de uma década de investimento, não só na promoção internacional, mas também em inovação e tecnologia. Em volume, as vendas internacionais também cresceram 13,6% para 1835 milhões de quilos. Espanha continua a ser o maior cliente de Portugal na compra de frutas, legumes e flores (com um peso de 35%).  França, Países Baixos, Alemanha, Reino Unido e Bélgica seguem-se como os principais destinos da produção nacional em 2022. A União Europeia absorve 80% do total das exportações.

Os principais produtos exportados foram o tomate processado (330 milhões de euros), os pequenos frutos (260 milhões de euros), os citrinos (172 milhões de euros), as peras (111 milhões de euros) e o tomate fresco (79 milhões de euros). As empresas portuguesas estão, por isso, de parabéns. E por diversos motivos.

Nestes últimos anos em particular, e num contexto particularmente adverso, em que depois de uma pandemia, fomos confrontados com uma guerra, que levou a uma inflação nunca antes registada, as empresas demonstraram uma enorme capacidade de resiliência, o que só prova, mais uma vez, que a aposta no setor é uma aposta ganha e que é, de facto, estratégica para o desenvolvimento económico do país.

É também por isso que, em conjunto, não nos cansamos de reafirmar a urgente necessidade de valorizar o setor agroalimentar. É também por isso que não podemos aceitar a ausência de opções estratégicas e reformas estruturais há muito identificadas e para as quais há uma total omissão de resposta política. Precisamos de um Ministério da Agricultura e Alimentação que corresponda a esta ambição de crescimento, com uma estrutura robusta e competente, que trabalhe em estreita colaboração com o setor.

No topo das nossas prioridades tem de estar a questão da água. O setor agroalimentar só é competitivo com acesso a água. Para ser possível um crescimento sustentável é necessária uma aposta em obras que permitam o armazenamento de água. Por um lado, a modernização dos aproveitamentos hidroagrícolas e, por outro, a criação de novas barragens para múltiplos fins. Só assim será possível assegurar o aumento da produção nos países da União Europeia e, consequentemente, a menor dependência de importação de países terceiros.

É hora de assumir a visão e coragem política de canalizar a maioria dos apoios para as organizações de produtores, incentivando os pequenos produtores a integrarem essas estruturas. Um setor menos organizado é um setor com menor poder de negociação.

Exportámos mais de 2.000 milhões de euros em 2022 e mais do que nunca precisamos de estratégia e de investimento em promoção para conseguir maximizar o valor de venda e remunerar adequadamente os produtores. A cadeia agroalimentar tem de trabalhar em parceria: produção, logística, indústria e distribuição têm de assegurar alimentos seguros, de qualidade e a preços acessíveis.

Na última década, o setor sustentou o seu crescimento com base na inovação, conhecimento e tecnologia. Com uma estratégia adequada podemos ter a ambição de crescimento. Um trabalho conjunto, com respostas políticas adequadas e a execução de reformas estruturais, há muito adiadas, permite-nos acreditar que Portugal pode atingir o objetivo de 2.500 milhões de exportações de frutas, legumes e flores em 2030. Não será pelas empresas portuguesas que este crescimento não será alcançado.

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Professor de Fator Humano na AESE Business School e no Indian Institute Of Management–Rohtak (India) e autor do livro “O Despertar da India”

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