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IA com pensamento crítico: o valor humano que nenhuma máquina pode substituir
09/07/2025
O impacto da Inteligência Artificial (IA) é evidente. Saber utilizá-la em prol das Pessoas e dos Negócios é a chave mestra do sucesso para as empresas, que deixaram de poder ignorá-la.
Consciente dessa mudança, a AESE Business School organizou, no dia 9 de julho de 2025, mais uma sessão do ciclo People & Management, dedicada ao tema “IA e Ética na Gestão das Pessoas”.
Entre os convidados para a mesa-redonda, esteve Sofia Brazão, responsável de People and Culture da Vendap. A sua perspetiva prática e reflexiva sobre o futuro da IA nas organizações acrescentou valor, partilhando as boas práticas já instituídas e os próximos passos estrategicamente alinhados com o futuro da organização. “Existem muitas áreas operacionais na Vendap onde a IA ainda não chegou.” Sofia Brazão acredita que departamentos como o Contact Center e os serviços comerciais poderão vir a beneficiar significativamente destas tecnologias, num horizonte de dois a três anos. O grande valor da IA reside na libertação de tempo para tarefas mais criativas. Todavia, alerta: “o grande desafio que se coloca é a humanização”, sublinhando o risco de uma robotização excessiva que possa conduzir à obediência acrítica dos indivíduos e à perda de valor.
Numa entrevista concedida à AESE, Sofia Brazão detalhou o que pensa e quais os critérios que subjazem às decisões que toma ao nível de liderança das Pessoas e da Cultura da Vendap:
1. Como tem a Vendap utilizado a IA para gerir melhor as Pessoas?
SB: “A variedade de ferramentas de IA é tão vasta que, por vezes, o verdadeiro desafio para as empresas é identificar as mais adequadas face às suas necessidades.
No caso da Vendap, na gestão de pessoas, a IA tem sido, essencialmente, utilizada para auxiliar na recolha e apresentação de dados, assim como na criação de conteúdos informativos. Para além disso tem sido um bom suporte na preparação de comunicações internas simples e concisas.
De um ponto de vista de formação temos uma plataforma de aprendizagem online baseada em IA, estamos a desenvolver formações internas que garantem a igualdade de acesso, independentemente da localização geográfica, a todos/as colaboradores, bem como facilitam a sua integração na empresa.”
2. Os colaboradores em geral encaram a IA como um risco ou uma oportunidade?
SB: “É evidente que existe uma grande curiosidade e interesse em compreender melhor o papel da IA no contexto profissional, o que abre espaço para a mudança. Ainda assim, a preocupação existe de que de alguma forma possa pôr em causa o seu trabalho. Todavia, a velocidade de crescimento é tão grande que, de momento é visto apenas como um ótimo auxiliar em termos de tradução e formalização de alguns emails, bem como motor de busca em algumas ocasiões.
3. Qual a estratégia adotada na Vendap para adaptar a estratégica da organização à automatização crescente do serviço, salvaguardando a relação ética no binómio “ser humano – IA”?
SB: “Na Vendap, a ferramenta Microsoft Copilot está disponível nos computadores. Os colaboradores sabem que desde que observem o procedimento de proteção de dados pessoais podem recorrer a este recurso no apoio a diversas tarefas. Estamos neste momento a criar uma política informática e a uniformização com o Grupo a que pertencemos de forma a ser mais simples definir os limites e trabalhar com esta ferramenta da melhor forma.
Esta oportunidade permite que os colaboradores tenham um apoio adicional na tomada de decisões e na realização de tarefas, sem substituir o seu pensamento critico que salvaguarda a qualidade e o valor acrescentado que só a componente humana pode adicionar.”
4. Quais as medidas implementadas pela Vendap para nutrir uma coesão crescente nas equipas, nesta fase de mudança?
SB: “Estamos a investir em melhorar a comunicação interna e as ferramentas de suporte à mesma para permitir que todos tenham acesso sempre à mesma mensagem e à informação que impacta o seu trabalho no dia a dia.”
Em jeito de conclusão, Sofia Brazão remata que “a inteligência artificial tornar-se-á, como a maioria de outras invenções, um elemento inerente ao nosso dia-a-dia, tanto na esfera pessoal, como profissional, por isso quanto maior o conhecimento sobre este tema, mais conscientes serão as decisões futuras.”
Neste encontro de People & Management da AESE e eventos similares: “o que se aprende da partilha de experiências, de conhecimento já adquirido, de planos implementados e que podem ser adaptados a diferentes realidades alimenta a nossa adaptação continua e acelera a nossa implementação de processos. Na realidade, estes encontros potenciam o nosso valor acrescentado nas nossas funções e nas organizações como um todo.”
Sofia Brazão partilhou o palco com Patrícia Durães (CTT) e Francesco Costigliola (CGD e AESE).
A tónica otimista foi o denominador comum nas intervenções dos oradores no Breakfast Seminar, ajudando a audiência de responsáveis de Pessoas e de Talento a encararem com objetividade, prudência e sem receio a incorporação da IA nas empresas que representam.
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