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A Inteligência Artificial aplicada ao sector agrícola e agroindustrial

22/11/2018, Lisboa

No dia 23 de novembro, a AESE organizou um encontro para os empresários e dirigentes da agricultura e agroindústria.

O objetivo consistiu em pensar a gestão das empresas do setor, tendo em conta as tendências que se vivem no mundo e promover esse debate com casos reais, no âmbito do programa GAIN.

António Simões, da Sovena, fez uma sessão de enquadramento da atividade: “continuamos a ter uma população mundial em crescimento particularmente na Ásia e África. Estima-se chegarmos aos 2 biliões, no ano 2050. O comércio internacional continuará a crescer em função dos países produtores de excedentes e os que padecem de carência alimentar.”

António Simões fez referência às mudanças nas preferências de consumo e às alterações climatéricas, fatores que não se podem ignorar por influenciarem as decisões dos líderes de negócios. Em contrapartida, “os saltos tecnológicos têm apresentado soluções para alguns problemas”, como é ilustrado no caso EC2CE.

“A interconetividade e a acessibilidade da informação caraterística da Revolução Industrial 4.0 carateriza o mundo em que vivemos. E as empresas são chamadas a responder a um grau de exigência crescente na adaptação ao mercado, assim como as business schools de acompanhar a realidade e atualizar os conhecimentos que capacitam os dirigentes a fazer melhor.”

“O GAIN tem obrigação de dar respostas a estes desafios no agrobusiness, na cadeia de valor, na parte de retalho, de maneira a formar executivos que criem valor neste setor de atividade.”


Inteligência artificial na tomada de decisões

Pedro Carrillo Donaire, cofundador da EC2CE, começou a sua intervenção por explicar que “criou uma empresa para oferecer um serviço no setor agroalimentar, sendo que encontrou como principais desafios: a gestão da oferta e da procura, a gestão sustentável da produção, a escassez de recursos hídricos, a mudança climatérica e a competitividade em mercados e produtos.”

“A EC2CE aplicou a Inteligência Artificial e a robótica à agricultura, a fim de antecipar as melhores decisões.” “Big Data” gera “dados inteligentes”, que com a potência matemática, é possível elaborar uma “previsão inteligente”. Daí advém uma “decisão inteligente”. O modelo de consultadoria fornecido possibilita fazer um plano de fertilidade dos terrenos e irrigação, por um lado, e da produtividade prevista, por outro. “A antecipação viabiliza um controlo integrado geolocalizado” das produções, atendendo aos dados climatéricos. O ajustamento entre a oferta e a procura permite uma otimização da gestão comercial. “A previsão incide sobre a realidade, reduzindo o espectro de incerteza.” A previsão do preço das “commodities” facilita a antecipação do preço para compradores europeus.

A IA está a trazer soluções para diversos setores, nomeadamente, no agroindustrial, que não pode ser deixado à margem. Já existem soluções para os principais problemas, que contribuem para uma maior competitividade. A empresa EC2CE tem crescido, mas como empresa tecnológica, Pedro Carrillo Donaire entende que tem sido uma progressão lenta. O desafio atual é convencer os investidores de forma a aumentarem rapidamente a curva de crescimento, uma vez que essa evolução deixará de ter poucos clientes conhecidos, para passar a servir um número mais elevado, ainda que desconhecidos. Para servi-los, precisa de bases de dados e know-how, garantidos por parceiros detentores desta informação. Pedro Carrillo Donaire acredita que assim será possível fazer escalar o negócio com celeridade.

A visão do cliente
Ramón Rivera Olalquiaga, da Elaia, apresentou o seu negócio, tendo por “missão ser o melhor olivicultor do mundo”. Tem mais de 80 herdades em 3 países, sendo Portugal o país com mais território plantado, tendo o Alqueva como a principal origem de água de rega utilizada.

A Elaia é cliente da EC2CE: “às necessidades fazem corresponder as soluções tecnológicas para decidir em relação aos fatores climatéricos, recursos limitados, utilização eficiente. Esta tecnologia possibilita o mapeamento e estudo do solo, o desenho do sistema de rega, a seleção das variedades e o plano de irrigação, atendendo à monitorização da humidade e das condições meteorológicas.” O Big Data e a IA também têm ajudado a aplicar modelos preditivos de análise aos riscos de pragas.

Às apresentações dos oradores, seguiu-se um debate alargado aos presentes, de forma a beneficiarem com a troca de experiências interpares.

Legenda da fotografia
José Ramalho Fontes (AESE), Ramón Rivera Olalquiaga (Elaia), António Simões (Sovena), José Fraústo Ferreira (AESE) e Pedro Carrillo Donaire (EC2CE)

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