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Um Orçamento de Estado que não se pode considerar “ambicioso”
23/10/2025

As orientações incluídas no Orçamento do Estado para 2026, define metas nacionais de competitividade e crescimento expectáveis para o próximo ano.
Com base nesse documento proposto pelo Governo, o Debate sobre o Orçamento de Estado 2026, organizado numa parceria entre o Forum para a Competitividade, a AESE e a Deloitte, no dia 23 de outubro de 2025, serviu de mote para que empresários e personalidades do mundo académico e político refletissem sobre estratégias de progresso e sustentabilidade para o País.
A sessão de encerramento coube à Dean da AESE Business School, Maria de Fátima Carioca, cuja mensagem se transcreve abaixo:
“Neste final de tarde, quero agradecer ao Forum para Competitividade, na pessoa do seu Presidente, Dr. Pedro Ferraz da Costa, por continuar a desafiar a AESE, para este debate tão importante quanto relevante sobre o Orçamento de Estado. Também agradecer à Deloitte por, com a sua presença, enriquecer esta parceria e o debate.
O Orçamento de Estado é sempre um momento de enorme relevância para qualquer economia. O Orçamento do Estado de 2026 aborda questões-chave que terão impacto direto nas empresas e nas famílias. Em concreto, não deixa de abordar um esforço para equilibrar as contas públicas, estimular a economia através da Modernização do Estado e da Promoção da Competitividade das Empresas e, por último, ativar medidas com impacto direto no rendimento e qualidade de vida das famílias, jovens e idosos.
O OE2026 não é um Orçamento que se possa dizer ambicioso. Mas, no momento atual, aponta para o que não se poderá deixar de fazer. Tem, por isso, um sabor amargo-doce, a estabilidade é boa, mas sempre seria bem-vinda um tudo mais de audácia.
Contudo, há que ter sempre presente que o Estado deve ter projetos estruturantes que criem valor e reformas estruturais dinamizadoras, mas as empresas são elas a linha da frente da economia. E muito depende da sua competitividade, da sua produtividade, da sua ambição de crescimento, … e isso passa por ganhar em duas frentes: eficiência e escala. Para tal são cruciais incentivos, mas, sobretudo, formação que ative uma ambição informada e uma execução com resultados.
E o mesmo em relação às famílias. Claro que o Estado tem de ter políticas sociais, mas, sobretudo, tem de ter políticas familiares integradas (e não meras medidas avulsas) que potenciem um ambiente humano às várias gerações que se cruzam nas famílias.
Penso ainda na vulnerabilidade dos jovens e dos mais idosos, na dignidade dos trabalhadores e dos que não têm trabalho, na integração dos emigrantes e dos imigrantes. Tudo fenómenos atuais, de grandes contrastes, com desafios próprios e fragilidades intrínsecas. Como tal, em todos os momentos, também no presente, é de frisar que devemos, sempre, exigirmo-nos considerar com objetividade a espessura humana dos problemas e das alternativas.
Para terminar, reitero o agradecimento ao Forum para Competitividade e à Deloitte, aos excelentes oradores e a todos os participantes.
Não posso também deixar de partilhar que, em tardes como esta, se cumpre efetivamente a missão da AESE, enquanto Business School. Na missão da AESE está inscrita esta sua vocação para ser um espaço onde, com toda a liberdade e respeito, debatemos ideias, analisamos e sugerimos políticas e iniciativas concretas, onde nos adentramos no futuro e onde preparamos líderes. Não é sem razão que se diz que a educação, nomeadamente a educação dos líderes, salva gerações.
Grande responsabilidade para nós enquanto Escola!
E a esta responsabilidade respondemos, dia a dia, com um grande compromisso.
Muito obrigado!”
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