AESE Insight #1 - AESE Business School - Formação de Executivos

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AESE Insight #1

9 de junho de 2020

Pedro Videla

Prof. de Economia, IESE Business School

No final de abril, tive uma longa conversa com o meu colega Mike Rosenberg do Departamento de Gestão Estratégica do IESE sobre geopolítica e economia mundial. Há um link para o vídeo completo de 50 minutos abaixo, mas primeiro, aqui está uma rápida recapitulação de alguns dos tópicos que discutimos.

COVID-19 aqui e agora: o foco na geopolítica e na economia mundial


Antes de mais, permitam-me enfatizar que a crise de 2008-9 são tostões em comparação com a crise económica que estamos agora a enfrentar. Em meados de abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu as suas previsões, passando de 3,9% de crescimento do PIB em 2020 para uma contração de 3% em todo o mundo. O que essa contração pode significar no nosso dia a dia? Implica taxas de desemprego que chegam aos 20% e muitas empresas a falir. O seu cônjuge pode ficar sem trabalho e o café da esquina pode nunca reabrir.


O que podemos fazer? Bem, podemos utilizar todas as munições monetárias e fiscais que temos: reduzir as taxas de juros e aumentar os investimentos do governo, para começar. Mas o problema é: como resgatamos as pequenas e médias empresas que realmente precisam de ser resgatadas? Porque são as grandes empresas que tendem a receber primeiro o dinheiro dos resgates. E mesmo que as taxas de juros sejam basicamente zero, não é fácil obter um empréstimo se não conseguir demonstrar ao banco o seu fluxo de rendimentos futuros. Finalmente, se não trabalha na economia formal, é difícil mostrar qual o rendimento que deixou de usufruir.


Por inúmeras razões, a situação económica é pior nos países emergentes e em desenvolvimento do que nos países avançados. É ainda mais terrível do que qualquer outra coisa que tenhamos visto nos últimos 100 anos. Muitas economias emergentes estão agora à beira da incapacidade de pagar as suas dívidas. O FMI poderia ajudar emitindo-lhes “dinheiro” mais estável – isto é, emitindo mais SDRs (Special Drawing Rights), que é um ativo de reserva com base nas médias ponderadas das principais moedas – para efetuar pagamentos de dívidas.


Basicamente, a emissão de SDRs poderia ajudar os países que têm hoje dívidas em dólares. Como houve uma “fuga para a qualidade” durante a crise atual, o dólar americano está agora valorizado em relação a outras moedas mais fracas. Assim, o dólar valorizou cerca de 25% em relação ao real, 20% em relação ao peso mexicano e também em relação ao peso argentino e à lira turca, etc. O grande problema é que o passivo desses países está a aumentar ao mesmo tempo que os seus ativos estão a perder valor.


Se, por exemplo, o banco central da Argentina decidir agora imprimir mais dinheiro, isso em nada ajudaria. Pelo contrário, iria piorar a situação. Portanto, o que os países como a Argentina precisam é de ajuda internacional. Mas os Estados Unidos estão contra o uso dessa ferramenta específica pelo FMI para ajudar os países emergentes a gerir suas dívidas, bloqueando uma proposta de emissão de 1 trilhão US$ em SDRs.


Resumindo, não é previsível que a ajuda necessária hoje venha a acontecer. E se o FMI e outras instituições internacionais não nos forem úteis agora, iremos mais tarde questionar a sua existência. E isso pode ter consequências mais devastadoras para a economia global a somar à crise provocada pela COVID-19.

Adrián Caldart

Presidente do Conselho Académico da AESE Business School e Professor de Política de Empresa do IESE Business School

Durante a pandemia, o setor de Alimentos e Bebidas demonstrou toda a sua dimensão como ator económico e social essencial. Adrián Caldart, Professor e responsável Académico de Política de Empresa, debate o papel atual e futuro do setor com Josep Maria Bonmatí, Diretor General da AECOCMauricio García de Quevedo, Diretor General da FIAB e Josep Tejedo, Director General da Mercabarna.

Desafios e lições do Setor Alimentar e Bebidas

Ramiro Martins

Professor e responsável Académico de Política Comercial e Marketing da AESE Business School

Ramiro Martins analisa o panorama do retalho tradicional em Portugal e as novas tendências do retalho online. Discute o panorama para o retalho online e como evoluirão as lojas físicas, bem como quais os setores em crescimento e como se alteram as possibilidades num cenário de crise.

Podcast - O renascimento do comércio tradicional num mundo online

José Luís Simões

Presidente da Luís Simões
Operador Ibérico de Logística e Transportes

Nós estamos bem de saúde, com as nossas operações muito focadas nos produtos de grande consumo e a trabalhar arduamente para os principais produtores internacionais.

Temos Futuro


Mantemos em pleno a logística da cadeia de abastecimento de todos os clientes, mesmo com as dificuldades do impacto da COVID 19, ajustando as operações aos diferentes volumes e formatos. Vivemos o início com um pico de atividade relevante, que se ajustou progressivamente às necessidades – o horeca, o têxtil/fashion e as atividades industriais subitamente sem atividade, e os produtos alimentares, de higiene pessoal e farmácia com mais exigências. Creio que assegurámos tudo quando era quase impossível.


Protegemos e preparámos as nossas mais de 2.500 pessoas para a resposta a regras que estão em atualização permanente. Temos centenas de colaboradores em teletrabalho, muitos de férias, bolsas de horas e tudo o os que nos é legalmente permitido. E sim… continuamos a trabalhar duro!


Quando admitíamos que sabíamos fazer quase tudo, aparece um vírus que nos obriga a mudar quase tudo. Mas aprendemos, e confirmámos no terreno, que “a nossa diferença competitiva está nas nossas pessoas”, suportados em muitos agradecimentos formais de clientes com um grau de exigência elevadíssimo, como resposta à nossa adaptação às diferentes necessidades e regras. E, internamente, as nossas pessoas lançam uma frase que se torna viral: “#EsteVírusNãoNosPára”.


Aprendemos que a trabalhar podemos mudar muitas cosas, que o teletrabalho nos questiona sobre como devemos funcionar no futuro, mas é na relação com a incerteza das necessidades dos clientes que aprendemos mais. É possível ter soluções muito rápidas, corretas e eficazes.


Na China o símbolo para a palavra Crise conjuga perigo e oportunidade. No nosso setor há de tudo, mas acreditamos que também vamos todos perceber nos próximos meses quem tem soluções e quem tem problemas. Acreditamos que temos soluções e que estas se estão a adaptar progressivamente às necessidades dos nossos clientes, inclusive na sua transição para o e-commerce. As regras de proteção das pessoas são uma oportunidade para ajustar a planificação de pedidos, cargas e entregas, melhorando (e muito) a produtividade em tempos, volumes e qualidade de serviço. Da nossa parte, depois do Verão arranca um armazém com muitíssima automatização, adaptado a estes tempos diferentes que vivemos.


O setor respondeu bem, garantindo a Supply Chain, e demonstrou a sua importância vital no abastecimento às populações.


Não estão a ser tempos fáceis, mas estamos cada vez mais próximos de deixar esta situação para trás. Quero deixar uma mensagem de ânimo a todas as empresas, organizações e pessoas que continuam a trabalhar todos os dias para que isto não pare. Quando tudo passar, juntos, sairemos mais fortes que nunca.


Temos Futuro. Há que encontrar soluções para os próximos tempos. #EsteVírusNãoNosPára

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