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AESE insight #129 > Thinking ahead

Artigos e Recomendações de leitura

Pedro Nuno Ferreira

Professor da Área de Política Comercial e Marketing e Diretor do EDGE da AESE Business School

Quando a música encontra o marketing

Brothers in Arms – dos dIRE sTRAITS- A harmonia perfeita entre som, tecnologia e posicionamento de marca

O desafio de olhar o mundo através da música continua a revelar-se uma das melhores formas de compreender a genialidade da criação humana.

Sou, como já confessei, um amante da música — da boa música — e desta vez trago outro exemplo de como a arte e o marketing podem caminhar de mãos dadas para criar algo maior do que um simples produto: Brothers in Arms, dos dIRE sTRAITS (é mesmo assim que, entre os fanáticos, escrevemos o nome da banda desde que esta lançou em 1984 o álbum ao vivo “aLCHEMY”, e em que durante a respectiva tournée nasceu o Brothers in Arms).

Lançado em 1985, este álbum não é apenas uma coleção de canções excecionais — é um marco na história da música e um verdadeiro case study de inovação, posicionamento e branding.

A ideia

A primeira vez que ouvi o Brothers in Arms (o meu Padrinho Fausto Rodrigues ofereceu-mo pelos meus 14 anos em 1985) percebi que estava perante algo diferente. Havia ali uma sonoridade cristalina, uma produção irrepreensível, uma clareza quase cirúrgica — e, ao mesmo tempo, uma emoção profunda na guitarra e na voz inconfundíveis de Mark Knopfler.

Era um som limpo, elegante e sofisticado, refletindo uma época em que a música se tornava também um produto tecnológico. Brothers in Arms foi o primeiro grande álbum totalmente gravado em digital, e o primeiro a ser amplamente distribuído em CD — um salto quântico na forma de consumir música.

Foi a Philips que, com este álbum, lançou a tecnologia CD, uma parceria improvável, feliz e bem-sucedida.

Customer centric

O álbum nasceu com o ouvinte no centro da equação. Mark Knopfler e a banda perceberam que o público estava pronto para uma nova experiência sonora: mais nítida, mais imersiva, mais moderna.

Os dIRE sTRAITS compreenderam o que o cliente — o fã — procurava: qualidade, autenticidade e narrativa, e alargaram a sua base de clientes com o Brothers in Arms.

Cada faixa foi pensada para oferecer uma experiência emocional completa:

So Far Away fala da distância e da solidão modernas das sociedades ocidentais;
Money for Nothing é uma crítica mordaz à cultura do estrelato e ao consumo fácil, mas ironicamente tornou-se um hino dessa mesma cultura.
A ideia surgiu ao Mark num department store em Nova Iorque (cidade de onde estou a escrever-vos este artigo!) quando um americano de classe média comentava o que passava nas televisões e observava os microondas à venda nas prateleiras.
Posteriormente Sting ajudou a transformar a canção num ícone genial, e a MTV transformou-se numa marca global com esta canção;
Your Latest Trick é pura sofisticação melódica;
Brothers in Arms é uma canção imortal sobre empatia e humanidade e o desastre que sempre é a guerra.
Why Worry, The Walk of Life, Ride Across the River, The Man’s Too Strong e One World são hinos que vão da balada ao pop e ao rock quase metálico.

A banda, sem o saber, praticava o customer centricity antes de ser moda: criava valor genuíno para o público, e não apenas vendia música.

Produto

O produto era — e é — perfeito.

Gravado nos AIR Studios de George Martin, em Montserrat, Brothers in Arms resultou de um processo de produção obsessivo e inovador. O som digital de 16 bits foi explorado até ao limite, com Knopfler e o produtor Neil Dorfsman a perseguirem a pureza tonal e o equilíbrio de cada instrumento, rezam as más-línguas que foi, quase, totalmente gravado ao vivo.

O álbum tornou-se uma referência de qualidade técnica e estética. Foi o “produto certo” no “momento certo”: a transição do vinil para o CD, do analógico para o digital, e do som cru dos anos 70 para a sofisticação sonora dos anos 80.

Como qualquer grande marca, os dIRE sTRAITS conseguiram unir inovação tecnológica, design (a capa minimalista com a guitarra National Style-O, de 1937, de Knopfler, em tons de azul e prata) e valor emocional — uma tríade rara.

Comunicação

A comunicação foi revolucionária. O videoclipe de Money for Nothing, com animação 3D, foi um dos primeiros do género e tornou-se símbolo da MTV. A frase “I want my MTV” foi simultaneamente uma crítica e um slogan involuntário — marketing involuntário, mas genial.

Os dIRE sTRAITS souberam comunicar sem ceder ao ruído mediático. Não havia escândalos, apenas qualidade e consistência. A música falava por si — mas também falava com o seu público através de uma estética visual e sonora inconfundível.

A campanha foi sustentada em concertos globais, com o álbum a dominar rádios e televisões durante anos. A estratégia de pull marketing — criar desejo e prestígio em vez de forçar a venda — foi exemplar.

Equipa

Mark Knopfler liderou com uma visão clara, mais do que liderar foi “o chefe” e o criador, mas Brothers in Arms é obra de um coletivo notável: John Illsley no baixo, Alan Clark e Guy Fletcher nos teclados, Omar Hakim e Terry Williams na bateria, Jack Sonni e, claro, Mark Knopfler nas guitarras, o engenheiro Neil Dorfsman, e o todo poderoso manager Ed Bicknell. Sting é co-autor e canta em Money For Nothing. O album conta ainda com os músicos Michael Brecker, Randy Brecker, Mike Mainieri, Malcolm Duncan, Tony Levin e Neil Jason.

Cada um acrescentou precisão e textura. Era uma equipa coesa, disciplinada, orientada por um líder forte e exigente, mas com espaço para contributos individuais. O valor coletivo voltou a superar o talento isolado — tal como num departamento de marketing bem orquestrado.

Preço

Brothers in Arms foi um sucesso absoluto: mais de 30 milhões de cópias vendidas, recordes de vendas em CD, e o álbum mais vendido da década de 1980 no Reino Unido.

O preço nunca foi uma barreira — foi parte do posicionamento. O público estava disposto a pagar mais por um produto premium, que simbolizava estatuto e qualidade. Foi um exemplo perfeito de value-based pricing: o valor percebido justificava o preço.

Ainda hoje, edições especiais e remasterizadas continuam a vender, como um luxo atemporal.

Final Remark, quase network e side effects

Este álbum lançou o CD, e a Philips com disruptor da tecnologia da música gravada, elevou a MTV aos píncaros de uma geração de músicos e de melómanos, levou a marca dIRE sTRAITS a patamares globais de world music pós-punk e late rock progressivo.

Brothers in Arms, e a tornée mundial que o acompanhou, levou também a um certo esgotamento da equipa dIRE sTRAITS, a uma fatiga da liderança férrea de Mark Knopfler, da qual nunca mais recuperou apesar do álbum seguinte também ter sido bem-sucedido.

Este álbum, mostrou ao mundo que, na opinião deste vosso amigo, o compositor e génio da guitarra Mark Knopfler é o melhor guitarrista rock do planeta.

Sugestão de Audição

Oiça Brothers in Arms de olhos fechados, num bom sistema de som, e pense não apenas nas melodias — mas na estratégia por trás delas.

É um álbum que equilibra emoção e razão, arte e marketing, som e posicionamento.

É, talvez, o exemplo mais elegante de como a música pode ser um produto perfeito — e um símbolo eterno de branding emocional.

Lições da Ciência

Fátima Carioca
Dean da AESE Business School e Professora de Fator Humano na Organização,

Fazer a diferença no missing middle

Agostinho Abrunhosa
Membro da Direção, Diretor do AESE Executive MBA e Professor de Operações, Tecnologia e Inovação

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José Fonseca Pires
Professor de Fator Humano na Organização da AESE Business School e Diretor do PADIS

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Professor de Fator Humano na Organização da AESE Business School e Médico Psiquiatra

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