AESE insight #82 - AESE Business School - Formação de Executivos

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Últimos 10 anos de gestão de ativos em Portugal – Mudanças e desafios superados

Cristina Brízido

CFA, CESGA
Chief Investment Officer e Administradora
Caixa Gestão de Ativos

Alumna PADE

Nos últimos dez anos, a atividade de gestão de ativos em Portugal teve como pano de fundo um ambiente de mercado positivo para os ativos de risco, consubstanciado numa valorização anual média dos índices acionistas mundiais em torno de 13% (1) . Nesse período, os ativos mobiliários detidos por Organismos de Gestão Coletiva em Portugal cresceram de um valor de 10.835 milhões de euros, no final de 2011, para 19.859 milhões de euros, no final de 2021. O crescimento anual médio desta rubrica foi de 6%, em linha com o crescimento apresentado pelos ativos geridos por Fundos de Investimento na União Europeia (2).

Apesar deste panorama positivo e aparentemente estável, nesse período, a indústria de gestão de ativos nacional navegou numa conjuntura económico-financeira inédita e exigente e enfrentou desafios estruturantes na sua forma de operar.

Em termos de envolvente económica e financeira, a última década iniciou-se com a crise da dívida soberana no seio da Europa, no rescaldo da recessão mais longa desde que o Euro entrou em circulação. A consequente adoção de políticas monetárias expansionistas por parte dos bancos centrais e uma melhoria das condições de financiamento culminaram numa recuperação económica nos anos seguintes, assente sobretudo na procura interna, e num movimento inédito de descida de taxas de juro com a yield a 10 anos da Alemanha a atingir valores negativos em 2016. Em 2020, a pandemia COVID-19 marcou o fim de uma das maiores fases de expansão económica da história, tendo como resposta uma atuação extremamente acomodatícia por parte dos bancos centrais, visível nos cortes de taxas de referência e nos programas de compra de ativos, e uma intervenção célere e robusta das autoridades fiscais. Já em 2022, a eclosão do conflito militar na Ucrânia e a trajetória ascendente da taxa de inflação impuseram dificuldades acrescidas à gestão de carteiras.

Neste enquadramento, de níveis baixos de taxa de juro e em que a taxa de poupança das famílias teve uma subida expressiva, houve uma aposta na inovação e melhoria contínua de soluções de investimento que fossem ao encontro das necessidades dos nossos Clientes. Tanto numa perspetiva de binómio rendibilidade/risco, com a construção de carteiras perfiladas, diversificadas e com controlo de risco, mas também integrando fatores de Sustentabilidade (ESG) na seleção dos nossos ativos e gestão das nossas carteiras de modo a que em cada elo de atuação do nosso processo de investimento estas considerações estejam presentes.

Estas apostas exigiram naturalmente o investimento na formação das equipas e em desenvolvimentos tecnológicos, com uma atualização e integração dos nossos sistemas operacionais. Tudo isto, num contexto de aumento de custos decorrente da cada vez maior exigência regulatória (com alterações ao nível de enquadramentos de referência, como a MiFID II, a UCITS ou a AIFMD) e de um movimento de descida das comissões de gestão.

Em balanço, podemos dizer que os eventos da última década tornaram a indústria de gestão de ativos nacional mais forte, preparada para os desafios futuros e com o seu papel reforçado de mecanismo de canalização eficiente das poupanças dos aforradores para os investimentos das empresas, contribuindo para a satisfação das necessidades financeiras de ambos.


(1) Fonte: Bloomberg, MSCI ACWI Net Total Return EUR Index 31/12/2011-31/12/2021
(2) Fonte: APFIPP Relatório Estatístico Trimestral Europa Dezembro 2021 e CMVM Indicadores Trimestrais de Gestão de Ativos 4ºTrimestre 2021 31/12/2011-31/12/2021
A presente informação incorpora a visão desenvolvida pela Caixa Gestão de Ativos, SGOIC, S.A. (empresa do Grupo Caixa Geral de Depósitos) e baseia-se em informação pública disponível e nas condições de mercados à data, proveniente de várias fontes que se creem credíveis, não sendo possível garantir que a mesma esteja completa ou precisa, estando sujeita a revisões, atualizações e alterações futuras sem aviso prévio. Não constitui uma recomendação de investimento e não pode servir de base à compra ou venda de ativos nem à realização de quaisquer operações nos mercados financeiros assim como não deve ser considerado a base de qualquer tipo de contrato ou investimento que possa ser realizado. Não foram considerados objetivos de investimento, situações financeiras ou necessidades específicas de qualquer investidor efetivo ou potencial.

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